São vários os poetas que têm o poder de nos emocionar com os seus versos. Muitos destes grandes poetas detêm o dom da palavra escrita, sendo alguns dos melhores portugueses. Eis os livros de poesia que a Subscrito considera serem os melhores.
“Folhas de Erva” de Walt Whitman

Esta é uma obra inacabada, quase autobiográfica, em que Whitman foi acrescentando poemas ao longo de nove edições, enquanto era vivo. Talvez um poema vivo, que cresceu com o seu autor, aborda temas como o lugar do “eu” no mundo, a amizade e a guerra civil americana.
“Estes são realmente pensamentos
De todo homem em qualquer tempo e lugar,
Não são originais meus;
E se não são de vocês tanto quanto meus
Não querem dizer nada
Ou quase nada.”
In “Folhas de Ervas”, Walt Whitman
“Poesia” de Sophia de Mello Breyner Andersen

Em 1944, Sophia publica o seu primeiro livro de título “Poesia”. Encontramos poemas não só sobre o elemento que mais fascina a poetisa, o mar, mas também sobre a morte e o terror, o sonho e a exaltação, a plenitude e a ruína. É um livro belíssimo, que fascinará até os leitores que não se identifiquem com o género.
“Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na luta por um bem definitivo
Em que as coisas de amor se eternizassem.”
In “Poesia”, Sophia de Mello Breyner Andersen (Assírio & Alvim)
“Duzentos Poemas” de Emily Dickinson

Durante a sua vida, Dickinson publicou apenas dez poemas; contudo, após a sua morte em 1886, a sua irmã encontrou, numa caixa, quase mil poemas. Os seus poemas, marcados pela solidão e pelo isolamento, são lindíssimos e convidam o leitor à reflexão.
“Se eu puder evitar que um coração se parta,
Eu não terei vivido em vão;
Se eu puder evitar a agonia duma vida,
Ou acalentar uma dor,
Ou assistir um desfalecido melro
A voltar a seu ninho,
Eu não terei vivido em vão.”
Emily Dickinson
“Mensagem” de Fernando Pessoa

Nesta edição crítica de Jerónimo Pizarro, para além dos poemas, incluiu-se testemunhos desconhecidos, datações e quatro posfácios. “Mensagem” é considerado um mito que, por mais análises e leituras, permanece em aberto para todos os curiosos.
“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena. (…)”
In “Mensagem” de Fernando Pessoa
“Corpo Casa” de Rupi Kaur

“Corpo Casa” é uma conversa que a autora mantém consigo mesma, levando o leitor a viajar até ao passado, ao presente e ao potencial do seu eu. Rupi Kaur apela ao amor e à aceitação, tanto da comunidade em que nos inserimos como da nossa família. Ilustrado pela própria autora, este é um dos maiores fenómenos da poesia contemporânea.
“mergulho no poço do meu corpo
e acabo noutro mundo
tudo o que preciso
já existe em mim
não é preciso
procurar noutros lugares
– casa”
In “Casa Corpo”, Rupi Kaur (Lua de Papel)